quinta-feira, 20 de outubro de 2016

COMPENSAÇÃO DE PREJUIZOS

INSTRUÇÃO NORMATIVA  RFB 1.515/15
 
COMPENSAÇÃO DE PREJUIZOS
Art. 115. Para fins de determinação do lucro real, o lucro líquido, depois de ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do imposto sobre a renda, poderá ser reduzido pela compensação de prejuízos fiscais em até, no máximo, 30% (trinta por cento).
§ 1º A compensação poderá ser total ou parcial, em um ou mais períodos de apuração, à opção do contribuinte, observado o limite previsto no art. 116.

Dos Prejuízos Não Operacionais

Art. 116. Os prejuízos não operacionais somente podem ser compensados, nos períodos subsequentes ao de sua apuração, com lucros de mesma natureza.
§ 4º No período de apuração de ocorrência, os resultados não operacionais, positivos ou negativos, integrarão o lucro real.
 
§ 5º A separação em prejuízos não operacionais e em prejuízos operacionais somente será exigida se, no período, forem verificados, cumulativamente, resultados não operacionais negativos e lucro real negativo (prejuízo fiscal).
§ 6º Verificada a hipótese de que trata o § 5º, a pessoa jurídica deverá comparar o prejuízo fiscal com o prejuízo não operacional  apurado na demonstração do lucro real, observado o seguinte:
a) se o prejuízo fiscal for maior, todo o resultado não operacional negativo será considerado prejuízo fiscal não operacional e a parcela excedente será considerada, prejuízo fiscal das demais atividades;
 
LUCRO REALPrejuizo não OperacionalPrejuizo Operacional
(3.000,00)(2.000,00)(1.000,00)
b) se todo o resultado não operacional negativo for maior ou igual ao prejuízo fiscal, todo o prejuízo fiscal será considerado não operacional.
 
LUCRO REALPrejuizo não OperacionalPrejuizo Operacional
(3.000,00)(4.000,00)1.000,00
 
§ 7º Os prejuízos não operacionais e os decorrentes das demais atividades da pessoa jurídica deverão ser controlados de forma individualizada por espécie, na parte B do Lalur, para compensação com lucros de mesma natureza apurados nos períodos subsequentes.
§ 8º O valor do prejuízo fiscal não operacional a ser compensado em cada período de apuração subsequente não poderá exceder o total dos resultados não operacionais positivos apurados no período de compensação.
§ 10. No período de apuração em que for apurado resultado não operacional positivo, todo o seu valor poderá ser utilizado para compensar os prejuízos fiscais não operacionais de períodos anteriores.
LUCRO REAL Prejuizo não Operacional Prejuizo Operacional
     5.000,00     4.000,00     1.000,00
Neste caso, o limite para a compensação é de R$ 1.500   ( 30% de R$ 5.000 )
Bons estudos
 
Você vai chegar lá.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

OPERAÇÃO DE LEASING


O leasing é um contrato denominado na legislação brasileira como “arrendamento mercantil
Dependendo da essência do contrato o arrendamento poderá ser classificado como financeiro ou operacional.
Leasing Operacional: O leasing operacional, tem o tratamento contábil e fiscal de um aluguel ( despesa operacional), onde o imobilizado será devolvido ao arrendatário, no final do contrato.
Leasing Financeiro:
Com relação ao Leasing Financeiro, cujo bem ao final do contrato fica pertencendo ao arrendatário, a operação será considerada como financiamento de bens, via leasing.
Procedimentos Contábeis conforme a Lei 12.973:
Como exemplo, vamos imaginar que a empresa tenha feito um Leasing Financeiro nas seguintes condições:
a) Compra de uma máquina no valor de R$ 50.000,00.
b) Prazo para liquidação do contrato igual a em 3 anos.
c) Encargo financeiro de R$ 12.000,00
d) Custo total do contrato R$ 62.000,00.
Contabilização no Ato da Compra:
D - Maquinas e Equip. (A)                  R$ 45.375,00    ( Depreciar em 10 anos  )
D - Pis/Cofins a Recuperar (A)           R$   4.625,00    ( Compensar em 3 ano  )
D - Encargos financ. Apropriar (P)    R$ 12.000,00     ( Amortizar em 3 anos    )
C - Financ. de leasing a pagar (P)   R$ 62.000,00     ( Pagar em 3 anos          )


Procedimentos Contábeis conforme a Lei 12.973:

Contabilização após o 1º ano:

D - Desp. com Depreciação – Indedutível   R$   4.537,50
C – Depreciação Acum.                                 R$   4.537,50
D – Desp. Financ. Leasing – Inded.                R$   4.000,00
C – Encargos Financ. a Apropriar  (P)           R$   4.000,00
D - Financ. de leasing a pagar (P)                R$ 20.667,00 (deduzir no e-Lalur/Lacs)
C - Banco

E-Lalur

Lucro antes do IR/CS                                                          R$ 100.000,00

Adições:
          Desp. com Depr. de Leasing Financeiro               R$     4.537,50
          Desp. com Encargos de Leasing Financeiro        R$     4.000,00

Exclusões:
          Contraprestações pagas do leasing Financeiro  R$   20.667,00 

Lucro Real                                                                            R$   87.870,50

A partir do 4º ano, as despesas com depreciação de imobilizados adquiridos através do leasing no valor de R$ 4.375,00, anualmente, serão totalmente indedutíveis, portanto deverão ser adicionados no e-Lalur e no e-Lacs dos períodos correspondentes.

Bons estudos

" Os bons fazem mais, muito mais que o necessário"








 

terça-feira, 18 de outubro de 2016

FLUXO DE CAIXA


FLUXO DE CAIXA

Ao Demonstrativo que evidencia a movimentação financeira de uma empresa dá-se o nome de Fluxo de Caixa. Este demonstrativo evidencia diariamente os saldos de caixa, sejam eles positivos ou negativos, sobra ou falta, déficit ou superávit financeiro.

Base Legal

CPC-03 (R2) -  (IAS 7 - IASB)

Deliberação CVM 547/2008

Resolução CFC 1.296/10 = NBC TG 3

Resolução do CMN nº. 3604/08

 Obrigatoriedade

Cia Abertas: Devendo auditar e publicar o demonstrativo do fluxo de caixa.

Cia Fechada: Podendo ser dispensada da elaboração e publicação, quando o seu patrimônio líquido, na data do balanço, for inferior a R$ 2.000.000,00 (§ 6º. Art.176).

Sociedade de Grande Porte: Quando no exercício anterior tiver atingido um dos dois limites a seguir:

 a. Ativo total superior a R$ 240 milhões; ou

b. Receita bruta anual superior a R$ 300 milhões.

 

Basicamente são 3 os componentes de um Fluxo de Caixa.

1-    Fluxo das atividades operacionais

2-    Fluxo das atividades de investimentos

3-    Fluxo das atividades de financiamentos.

 

Fluxo das atividades operacionais: Representam as transações que envolvem a realização do objeto social da empresa como por exemplo, o recebimento de uma venda, o pagamento de fornecedores ou pagamento dos funcionários, etc.

Fluxo das atividades de investimentos: Representam as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto social da Entidade.

Fluxo das atividades de financiamentos: Representam a captação de recursos dos acionistas ou cotistas e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos ou outros recursos, sua amortização e remuneração. Há casos em que um certo recebimento ou pagamento pode ser incluído em qualquer dos grupos acima, neste caso há que levar em conta a preponderância do fato para uma melhor classificação.

Ao realizar uma projeção dos fluxos de caixa, a empresa consegue prever se irá dispor de dinheiro suficiente para cobrir os seus gastos e, se possível, ter algum lucro. Fazer uma demonstração do fluxo de caixa é portanto uma atividade muito importante para as pequenas e médias empresas afetadas pela falta de liquidez para satisfazer as suas necessidades imediatas. O fluxo de caixa permite realizar previsões, evitando assim soluções de emergência (tais como recorrer a financeiras ou bancos para pedir créditos de curto prazo e de elevado custo).

A elaboração da demonstração dos fluxos de caixa permite fazer uma gestão das finanças contribuindo na hora de tomar decisões, e ajuda a controlar as saídas (despesas) em nome de uma maior rentabilidade.

Sua elaboração é simples e pode ser obtido através da seguinte equação


SIC+EC-SC=SFC

Onde:

SIC = Saldo Inicial de Caixa

EC = Entradas de Caixa

SC = Saídas de Caixa

SFC=Saldo Final de Caixa

 

Métodos para a elaboração do fluxo de caixa:

São 2 os métodos de elaboração do fluxo de caixa.

1-    Método Direto

2-    Método Indiretos.

Método Direto: Este método é mais detalhado e mais complexo em comparação ao método indireto. Requer da Administração controles específicos das transações financeiras de pagamentos e recebimentos.

Método Indireto: Neste método as atividades operacionais são demonstrados a partir do Lucro Líquido, ajustados pelos itens que não afetam o caixa da empresa.

Método Indireto-Atividades Operacionais:

Divide-se em 3 etapas;

1ª Etapa: Resultado do exercício

2ª Etapa: Ajuste dos valores que não afetam o caixa

 

2.1 Despesas de Depreciações / Amortizações / Provisões;

2.2 Resultado (Ganho ou Perda) na venda de Ativos:

2.2.1 Investimentos,

2.2.2 Imobilizados e Intangíveis;

2.3 Resultado de equivalência Patrimonial;

2.4 Juros Incorridos, não pagos ou não Recebidos;

 

3ª Etapa:

Ajustar pelas variações verificadas nas contas patrimoniais decorrentes de atividades operacionais a partir do grupo de contas do subgrupo Disponível as contas do:

• Ativo Circulante

·     Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo.

• Passivo Circulante

·     Passivo não Circulante Exigível a Longo Prazo.

Exceto  os Financiamentos do PC / PnCELP, estes são Atividades de Financiamentos)


Método Indireto-Atividades de Investimentos:

Ajustado pelas variações do grupo de contas de Investimentos.

Método Indireto-Atividades de Financiamento:

 

Ajustado pela variação verificada nas contas que representam os financiamentos da empresa.

Para a montagem do fluxo de caixa, é necessário sempre comparar 2 períodos X1 e X0. As variações deverão ser identificadas sempre subtraindo-se os valores de dentro para fora:

Representação:
Var. Var.
X1 X0 X0-X1 X1 X0 X1-X0
Contas do Ativo Contas do Passivo
 


Com base no texto acima, vamos montar um fluxo de caixa pelo método indireto com base em um balanço hipotético conforme a seguir:
 Var. 
Ativo X1  X0  X0-X1 
Circulante
Caixa e equivalente     4.248      3.917 -      331
Duplicatas a receber     3.164      2.167 -      997
Estoque     1.811      1.629 -      182
Impostos a recuperar          83         163          80
Outros créditos        493         392 -      101
     9.799      8.268 -  1.531
Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
  Adiantamento a sócios        952      1.310        358
Imobilizado     1.030      1.049          19
Intangível          20           19 -          1
     1.050      1.068          18
Total do Ativo   11.801    10.646 -  1.155
 Var. 
Passivo X1  X0  X1-X0 
Circulante
Empréstimos e financiamentos486             -          486
Fornecedores 2.000      1.721        279
Arrendamento mercantil    108         108           -  
Obrigações sociais    174         165            9
Impostos e contribuições     208         248 -        40
Provisões    211         167          44
Outras obrigações    408         486 -        78
     3.595      2.895        700
Não Circulante
Exigível a Longo Prazo
Arrendamento mercantil          30         137 -      107
Parcelamento de impostos     1.266      1.417 -      151
     1.296      1.554 -      258
Patrimonio Líquido
Capital social     3.484      3.484            -  
Reserva de lucros     1.249         800        449
Lucros acumulados     2.177      1.913        264
     6.910      6.197        713
Total do Passivo   11.801    10.646     1.155
 
Demonstrativo de Resultado     X1
Receita líquida de vendas   19.880
(-) Custo dos produtos vendidos- 13.714
Lucro bruto     6.166
Despesas Operacionais
Despesas Administrativas-   2.399
Despesas com depreciação-       246
Despesas financeiras-   1.152
Receitas financeiras944
Outras despesas/Receitas-         67
-   2.920
Resultado antes do IR/CS     3.246
(-) IRRJ/CSL-   1.070
Resultado antes das participações     2.176
(+) Reversão dos juros sobre capital próprio        308
Lucro líquido do exercício     2.484
Alguns quadros como a composição do imobilizado e da depreciação acumulada precisam ser preparados para evidenciar alguns valores como  aquisições do período, vejamos;
Mapa de movimentação do imobilizado          
  Tx Saldo Entradas Saídas Transf Saldo
  Depreciação X0 (+) (-) (+/-)    X1
Maq/Equip 10%  809   29    2    837
Móveis Utensilios 10%  106     7 -  19      94
Veículos 5%  790 255 153    892
Instalações 10%  106                   19    125
Outras Imobilizações 10%  127     6        133
  1.938 297 155      -    2081
Intangível  
Software 20% 24 6      30
   
Total do imobilizado   1.962 303 155      -   2.111
 
Mapa de movimentação da depreciação          
  Tx Saldo Entradas Saídas Transf Saldo
  Depreciação X0 (+) (-) (+/-) X1
Maq/Equip 10% 315   76   1     390
Móveis Utensilios 10%   59   12 -15       56
Veículos 5% 408 130 77     461
Instalações 10%   63   10  15       88
Outras Imobilizações 10%   44   12           56
  889 240 78   -   1.051
Intangível  
Software 20% 5 6      11
   
Total do imobilizado 894  246 78   -   1.062
Imobilizado-Resumo            
     Imobilizado 1.938   297    155      -    2.081
     Imobilizado-Depr.    - 889 - 240 - 78               -1.051
Imobilizado líquido 1.049     57   77           1.030
   
Intangível-Resumo  
     Intangível 24 6 0 0 30
     Intangível-Depreciação   -5 -6 0 0 -11
Intangível líquido   19 0 0 0 19
Agora com base nos quadros acima vamos montar a DFC-Demonstrativo do fluxo de caixa.
 
Demonstração do Fluxo de Caixa em X1
Fluxo de caixa das atividades operacionais:
Resultado antes do IR/CS    3.246
Itens que não afetam o caixa
Despesa c/ Depreciação       246
Ganho de Capital:
     Lucro na venda de imobilizado -       36
Reversão dos juros s/ capital próprio        308
   3.764
(Aumento)Redução dos ativos operacionais
Duplicatas a receber -     997
Estoque -     182
Impostos a recuperar          80
Outros créditos -     101
Adiantamento a sócios       358
IRPJ/CSL - 1.070
- 1.912
Aumento (Redução) dos passivos operacionais
Fornecedores       279
Obrigações sociais            9
Impostos e contribuições a recolher -       40
Provisões e encargos          44
Outras obrigações -       78
Parcelamento de impostos -     151
         63
Total das atividade operacionais    1.915
Fluxo de caixa das atividades de Investimentos:
Aquisição de ativo imobilizado -     295
Intangível -         6
Recebimento pela venda de ativo imobilizado       110
-     191
Fluxo de caixa das atividades de Financiamentos:
Empréstimos e financiamentos       486
Pagro/Tranf p/circulante-Leasing a pagar -     107
Distribuição de lucro - 1.464
Juro s/ capital próprio -     308
- 1.393
Aumento (redução) líquida de caixa       331
Saldo de caixa no início do exercício    3.917
Saldo de caixa no final do exercício    4.248
 

Observem que partimos de um resultado operacional antes do IRPJ e da CSL, fizemos os ajustes que não afetaram o caixa, juntados com as movimentações positivas e negativa operacionais do ativo e do passivo, exceto a movimentação do disponível e finalmente incluímos também as movimentações de investimento e financiamento e obtivemos uma geração líquida de caixa de 331 mil reais que somados ao saldo inicial do caixa de X0, obtivemos o saldo final de caixa em X1 ( ver saldos do disponível no balanço patrimonial.
Bons estudos e pratiquem fluxo de caixa